Podem participar dos programas habitacionais todos os portadores de
necessidades especiais que morem em Brasília há pelo menos cinco anos, cuja
renda familiar não ultrapasse cinco salários mínimos e que não possuam ou
nunca tenham tido imóveis em seu nome. Terá prioridade quem tiver o maior
número de filhos e estiver há mais tempo no Distrito Federal.
A partir de 1º de março, o GDF começa a fazer o cadastramento de
portadores de deficiência para a primeira área de expansão da Samambaia. Dos
mil lotes que deverão ser entregues, cem serão destinados aos portadores de
necessidades especiais e suas famílias. As inscrições serão feitas por ordem
alfabética, na Praça do Cidadão, na 114 Sul.
O projeto tramitou em regime de urgência na Câmara Legislativa no ano
passado e foi aprovado com unanimidade pelos deputados distritais. Além
disso, com a aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT),
aproximadamente 85 áreas de interesse social deverão ser criadas, com
estimativa de cem mil novas residências. Com isso, os cerca de 10 mil
deficientes cadastrados no Movimento Habitacional e Cidadania das Pessoas com
Deficiência (MOHCIPED) deverão ser beneficiados.
Sem politicagem
De acordo com Arruda, um edital público será divulgado convocando as pessoas para se cadastrarem. Ao discursar, ele lembrou as críticas feitas ao governo e garantiu que não haverá "politicagem" e nem apadrinhados políticos se dando bem no programa. "Serão escolhidos os que tiverem mais pontos."
Emocionado, o distrital Benício Tavares (PMDB), articulador do projeto
na Câmara, lembrou as dificuldades que os deficientes enfrentam no seu dia a
dia, como o preconceito e a dificuldade de se locomover: "Com o
programa, o Governo do Distrito Federal dá uma condição boa, além de
significar um avanço para o Brasil inteiro."
A sanção da proposta, avalia o diretor da MOHCIPED, Sirley Campos,
"compensa as dificuldades vividas no Brasil". A opinião foi endossada pelo presidente da
Associação dos Deficientes do Gama, Luiz Maurício Alves dos Santos. Para ele,
os critérios estabelecidos são muito bons. "É uma conquista imensa e
temos que agarrar essa lei com unhas e dentes." As associações de
deficientes, assinalou Luiz, estarão de olho no cumprimento do percentual de
10% prometido por Arruda.
Para a dona de casa Ana Lúcia Francisca Santana, 43 anos, moradora do
Recanto das Emas, a sanção do projeto é motivo de esperança. Dos seus três
filhos, dois têm deficiências. "Estou pensando que vai dar certo, pois
vivo apenas com os R$ 415 que recebo de aponsentadoria da minha filha."
O cadeirante José Antônio da Silva, 48 anos, também aprovou o programa
do governo. Há 36 anos, ele mora na Rodoviária do Plano Piloto, por não ter
residência. Lá, disse, recebe ajuda das pessoas para sobreviver.
Por sua vez, a dona de casa Teresinha Gomes Ferreira, 43 anos, moradora do P Norte, lembra a discriminação e a dificuldade em tudo o que envolve o universo das pessoas especiais. Ela tem um filho de 12 anos que é cadeirante e vê o futuro com mais otimismo após a sanção da nova lei. "As coisas são sempre difíceis, mas agora começam a melhorar", disse Terezinha, ao comentar o programa. |
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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
MORADIA PARA DEFICIENTES
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