quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Iniciativa - Dentista adapta consultório para deficientes físicos


Iniciativa

Cláudia Toledo / Marcos Tavares



Dentista adapta consultório para deficientes físicos.

O presidente da Associação dos Deficientes do Gama, Luís Maurício dos Santos, foi convidado para testar as adaptações. A equipe de reportagem do Bom Dia DF acompanhou a visita.

Na entrada, o cadeirante encontrou uma pequena rampa e portas mais largas para facilitar a passagem. No banheiro, espaço amplo e adaptado com duas barras de apoio.

Na hora do tratamento, mais conforto. Se necessário, o paciente pode ser atendido na própria cadeira de rodas. O dentista encomendou equipamentos com braços mais longos. A cadeira do consultório também é maior no encosto. Dá mais segurança para quem não tem os movimentos.

“A idéia básica é oferecer mais conforto e facilitar o acesso das pessoas, de maneira que elas queiram vir. E preciso criar esse tipo de vontade nos pacientes e retirar deles o medo de obstáculos, de problemas de acessibilidade. Facilitando isso o profissional ganhará novos clientes”, explica o dentista Ulpiano Santiago.

Segundo Luís Maurício, as alterações ajudam quem tem dificuldade para se movimentar, mas citou pequenas correções: “É preciso ter força para ultrapassar a rampa da entrada. No banheiro, mesmo com as duas barras, ainda tem a questão da altura do vaso sanitário. A transferência da cadeira melhoraria com uma cinta para colocar na altura da cintura. Também tem a questão da perna”, sugere.

É importante lembrar que, só no Distrito Federal, cerca de 270 mil pessoas têm alguma deficiência. Trinta mil usam cadeira de rodas. “Essa iniciativa também serve para outros profissionais. Serve para mostrar que o deficiente também é um consumidor”, ressalta Luís Maurício.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Dia do Deficiente é comemorado na Câmara Legislativa


Dia do Deficiente é comemorado na Câmara Legislativa




A luta pela acessibilidade e por melhor qualidade de vida aos portadores de deficiência do Distrito Federal foi lembrada hoje, no plenário da Câmara Legislativa, durante sessão solene em comemoração ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência (3 de dezembro). A sessão foi realizada por iniciativa dos deputados Erika Kokay (PT) e Wilson Lima (PR).

- Sueid Miranda: promover a inclusão social (Foto: Rinaldo Morelli/CCS)



Erika Kokay disse que ainda há muito a ser feito em prol da acessibilidade das pessoas com deficiência no Distrito Federal. Destacou que o Orçamento do DF assegurou para este ano cerca de R$ 6 milhões para acessibilidade, mas os recursos, na prática, não foram aplicados em benefício das pessoas com deficiência. Como exemplo, lembrou que apenas 20 ônibus da frota do DF foram adaptados para atender os deficientes, número insuficiente para suprir a demanda.

Defendeu, mais uma vez, maior fiscalização da aplicação dos recursos orçamentários, além da instituição de políticas públicas que contribuam para dar cidadania aos deficientes, assegurando a eles o direito de ir e vir e também acesso ao mercado de trabalho. "É preciso romper as barreiras mais profundas, que são o preconceito e a discriminação", acrescentou a deputada.

O presidente do Instituto Cultural, Educacional e Profissionalizante das Pessoas Deficientes do DF (ICP), Sueid Miranda Leite, pediu maior sensibilidade por parte das autoridades públicas no sentido de promover a inclusão social dos portadores de deficiência.

De acordo com Sueid, o ICP tem como missão principal a capacitação e o encaminhamento de pessoas deficientes ao mercado de trabalho. Informou que este ano foram capacitadas 995 pessoas, sendo que deste total 380 ingressaram no mercado de trabalho.

O direito à acessibilidade das pessoas deficientes foi defendido também pelo presidente da APEDF, do Riacho Fundo, Aloisio Alves; pelo presidente da Associação dos Deficientes do Gama e Entorno, Luiz Maurício Alves dos Santos; e pelo coordenador do Corde/DF, Fernando Cotta.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Deficientes querem ser respeitados no DF


JORNAL COLETIVO


Deficientes querem ser respeitados no DF

 


Marcha na Rodoviária serviu para reivindicar mais acesso e inclusão social, marcando o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado hoje

Daniela Torres

A II Marcha das Pessoas com Deficiência reuniu cerca de 50 manifestantes, na manhã de hoje, próximo à Rodoviária do Plano Piloto. Eles fecharam duas faixas do Eixo Monumental para reivindicar mais acesso não só a rampas de ônibus, mas também à educação, à saúde e ao lazer.

Além disso, os deficientes visuais, auditivos, físicos, autistas e com Síndrome de Down que vivem no DF e Entorno reivindicam inclusão social e reformas para melhorar acessibilidade de pessoas com deficiência aos espaços públicos. O ato também marcou o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado hoje.

Mesmo em número reduzido, os manifestantes, com muito esforço, deram a volta na Rodoviária e pediram medidas inclusivas ao GDF, como escolas acessíveis, intérprete de Libras (linguagem de sinais para deficientes auditivos), legenda na TV, trabalho, saúde de qualidade e outros mecanismos. Os manifestantes também se queixaram da moradia no DF. Eles dizem que a sociedade os exclui à medida que só podem morar em alguns lugares.

“Os banheiros quase nunca são adaptados e são pequenos para realizar isso”, disse um dos organizadores.

De acordo com o vice-presidente do Conselho dos Direitos das Pessoas com Deficiência do DF, Luiz Maurício Alves dos Santos, é preciso avaliar e reconhecer que a capital federal evoluiu.

“O governador [José Roberto Arruda] viu a necessidade de inclusão no transporte. Porém, 20 ônibus não atendem os 300 mil deficientes do DF”, disse, referindo-se ao lançamento das 20 linhas de transporte público com veículos adaptados.

O funcionário público Eliseu Alves Campos, 29 anos, disse que Brasília tem muitos problemas com rampas e ônibus. “Muitos deficientes não tiveram como vir para a manifestação porque não tinha condução.”

Crianças com deficiência também participaram do ato. O estudante Perseu Reis de Oliveira Rufino, 14 anos, conta que quando vai para escola enfrenta vários obstáculos. “No caminho do colégio, tem um lugar que nem calçada tem, preciso passar pela rua e corro o risco de ser atropelado”, completou.