quinta-feira, 29 de maio de 2008

Advogado causa confusão ao acusar cadeirantes de serem pagos por empresa




Publicidade da Folha de S.Paulo, em Brasília

Uma discussão acalorada entre um homem que se identificou como "advogado voluntário da frente parlamentar evangélica" e três cadeirantes movimentou a manhã em frente ao STF.

O advogado, Matheus Sathler, 24, abordou os três e os acusou de estarem sendo financiados por uma multinacional com interesses na Lei de Biossegurança. Nesse momento, tirou do bolso a carteira e ofereceu dinheiro.

Lula Marques/Folha Imagem
Advogado causa confusão ao acusar cadeirantes de serem pagos por empresa

Sathler chamou os cadeirantes para irem a igrejas evangélicas, onde seriam "curados" e poderiam voltar a andar. "Queremos todos vocês lá, homossexuais também. Quem for excluído [pode ir], negro, somos contra discriminação. Prostitutas e travestis também. E vai sair falando grosso", disse.

Um dos cadeirantes, Luís Maurício dos Santos, 41, disse ter achado a manifestação "um preconceito total". "Já fui várias vezes convidado a ir a igrejas evangélicas. Fui e continuo na cadeira."

Participação mais tranqüila contra o uso de embriões foi a do casal Renato e Maristela Schalders, 55 e 46, que foram ao tribunal para rezar.

A paulista Angelita Oliveira, 40, estava em lado oposto da torcida. Trouxe a filha de nove anos e portadora de distrofia muscular. "Eu não esperava ter um filho com distrofia. Esses que estão contra não têm. Deixa vir dois ou três filhos com distrofia", disse.


quarta-feira, 28 de maio de 2008

Voto de Menezes Direito foi orquestrado, critica ativista











O voto apresentado nesta quarta-feira (28) pelo ministro Menezes Direito, do Supremo Tribunal Federal (STF), já estava orquestrado. É o que afirma o presidente da Associação de Deficientes do Gama e Entorno, no Distrito federal, Luís Maurício Alves dos Santos.

"É uma decisão orquestrada, pois já estava previsto que ele pediria vista desde o primeiro julgamento, afirmou Santos, que também é vice-coordenador do Fórum Permanente de Apoio Pessoa com Deficiência (Faped) e vice-presidente do Conselho do Direito e Defesa da Pessoa com Deficiência (Coded).

Menezes Direito se manifestou parcialmente contrário autorização das pesquisas com células-tronco embrionárias. Ele admitiu os estudos, desde que embriões viáveis não sejam destruídos para a realização deles e cobrou maior controle legal das clínicas de fertilização in vitro.

Na opinião de Luís Maurício Alves dos Santos, o embate jurídico que envolve a ação de inconstitucionalidade questionando o artigo 5º da Lei de Biossegurança está sendo orquestrado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Apesar do voto do ministro, que traz uma série de restrições pesquisa com células-tronco embrionárias, o ativista diz que os movimentos em defesa dos direitos da pessoas com deficiência não perdem a esperança.

O nosso prognóstico é de que nós vamos ganhar por quatro votos quatro, afirmou, sem dizer de quem seriam os votos contrários s pesquisas.