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Deficientes querem ser respeitados no DF
Marcha na Rodoviária serviu para reivindicar mais
acesso e inclusão social, marcando o Dia Internacional das Pessoas com
Deficiência, celebrado hoje
Daniela Torres
A II Marcha das Pessoas com Deficiência reuniu
cerca de 50 manifestantes, na manhã de hoje, próximo à Rodoviária do Plano
Piloto. Eles fecharam duas faixas do Eixo Monumental para reivindicar mais
acesso não só a rampas de ônibus, mas também à educação, à saúde e ao lazer.
Além disso, os deficientes visuais, auditivos,
físicos, autistas e com Síndrome de Down que vivem no DF e Entorno reivindicam
inclusão social e reformas para melhorar acessibilidade de pessoas com
deficiência aos espaços públicos. O ato também marcou o Dia Internacional das
Pessoas com Deficiência, celebrado hoje.
Mesmo em número reduzido, os manifestantes, com
muito esforço, deram a volta na Rodoviária e pediram medidas inclusivas ao GDF,
como escolas acessíveis, intérprete de Libras (linguagem de sinais para deficientes
auditivos), legenda na TV, trabalho, saúde de qualidade e outros mecanismos. Os
manifestantes também se queixaram da moradia no DF. Eles dizem que a sociedade
os exclui à medida que só podem morar em alguns lugares.
“Os banheiros quase nunca são adaptados e são
pequenos para realizar isso”, disse um dos organizadores.
De acordo com o vice-presidente do Conselho dos Direitos das Pessoas com Deficiência do DF, Luiz Maurício
Alves dos Santos, é preciso avaliar e reconhecer que a capital federal evoluiu.
“O governador [José Roberto Arruda] viu a
necessidade de inclusão no transporte. Porém, 20 ônibus não atendem os 300 mil
deficientes do DF”, disse, referindo-se ao lançamento das 20 linhas de
transporte público com veículos adaptados.
O funcionário público Eliseu Alves Campos, 29 anos,
disse que Brasília tem muitos problemas com rampas e ônibus. “Muitos
deficientes não tiveram como vir para a manifestação porque não tinha
condução.”
Crianças com deficiência também participaram do
ato. O estudante Perseu Reis de Oliveira Rufino, 14 anos, conta que quando vai
para escola enfrenta vários obstáculos. “No caminho do colégio, tem um lugar
que nem calçada tem, preciso passar pela rua e corro o risco de ser
atropelado”, completou.
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