segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Fora da lei

Ônibus sem adaptação complicam ainda mais a vida de deficientes

O caminho até a parada exige esforço. Na hora de entrar no ônibus, outra complicação. O técnico em informática, Fernando Botelho, precisa de ajuda. “É muito difícil o deficiente conseguir se locomover no DF. Se as paradas fossem elevadas, pra ficar no nível do degrau, facilitaria. Ou então, se tivesse elevador, porque o degrau é muito alto. E os ônibus, além de parar longe da calçada, não faz o rebaixamento do degrau”, reclama Botelho.
E esse é um problema enfrentado por todas as pessoas com dificuldade de locomoção - e que dependem do transporte público. O Distrito Federal é uma das únicas unidades da federação onde não existem ônibus adaptados. O que vai à contramão do que prevê a lei.
“A gente vive em constante briga. Isso porque o decreto determina que, a partir de 2006, o Distrito Federal deveria ter 10% da frota de ônibus adequada para o transporte de deficientes, com dificuldade de locomoção. Mas até hoje os veículo do DF não foram adequado, nenhum ônibus”, afirma Luiz Maurício dos Santos, da Associação dos Deficientes/Gama.
A esperança dos portadores de necessidades especiais era a nova frota do transporte coletivo que deve começar a circular no fim deste mês. Uma expectativa em vão. Na semana passada, os empresários do setor informaram a algumas associações que nenhum dos 500 novos ônibus estará adaptado. A Coordenadoria Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência foi procurada e tenta uma negociação.
O diretor do DFTrans alega que não pode obrigar os empresários a cumprir a lei com os novos ônibus, já que nesta etapa da reestruturação do transporte coletivo está prevista somente a renovação da frota. Mas, segundo ele, a partir de julho, pelo menos 16% dos ônibus deverão estar adaptados.
“Dentro do projeto, como um todo, existe a previsão de adaptação dos pontos de ônibus, com plataformas de embarque. E ainda prevê ônibus com plataformas mais baixas, seja por elevador ou o ônibus com suspensão a ar”, garante o diretor do DFTrans, Paulo Henrique Munhoz.


Leonardo Ribbeiro / Mário Reis

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